sábado, 13 de outubro de 2012

Futebol italiano: Cadê os craques, cadê o dinheiro?

Por Victor Rossi
                                  
Craques do passado que brilharam no ''Calcio''. Destaque para 
os brasileiros Falcão (Roma), Ronaldo (Inter e Milan)
e Zico (Udinese)
Quem acompanha o futebol europeu, em especial o  Campeonato Italiano, já deve  ter escutado falar  sobre a péssima situação financeira que passam os clubes  italianos. Comparado a outros grandes centros, o ‘’Calcio’’ vem perdendo espaço e consequentemente dinheiro a cada ano. Com isso, está ficando cada vez mais difícil ‘’achar’’ craques atuando nos principais clubes do país, como o Milan, Internazionale e Juventus. Mas para quem não se lembra, esse cenário de melancolia já foi bem diferente na ‘’Velha Bota’’, principalmente entre as décadas de 80, 90 e se pararmos para pensar, até os anos mais recentes.


Craques que deixaram saudades:  Ibrahimovic (Inter, Milan e Juventus),
Eto'o (Inter), Del Piero (Juventus) e os brasileiros Kaká e Thiago
 Silva (ambos Milan)
Craques como os holandeses  Frank Rijkaard, Marco Van Basten e Ruud Gullit, os alemães  Lothar Matthäus, Jurgen Klissman e Andreas Brehme, Ronaldo, o fenômeno e os franceses  Michel Platini e Zinedine Zidane, junto  dos italianos Roberto Baggio, e aquele que nós brasileiros, achamos melhor nem citar (sim, Paolo Rossi) e mais recentemente Ibrahimovic, Kaká e Eto’o ajudaram no desenvolvimento, e no aumento de pessoas interessados no  futebol italiano e europeu.  Diante da ‘’difícil realidade’',  o futebol italiano vê jogadores considerados limitados, ou com boas margens de melhora,  sendo os destaques dos principais times.  O que El Shaarawy, Matri, Cassano, Pazzini, Destro, Philippe Coutinho, e para não citar outros, possuem em comum? Nenhum deles são nomes que chamam  a atenção, o máximo que conseguem é deixar os torcedores com uma ‘’pulga atrás da orelha’’ em relação ao desempenho, e principalmente, a conquista de títulos.

Para se ter ideia do tamanho da crise que passa o Campeonato Italiano, o Milan, por exemplo, depois de vender seus principais jogadores (Ibrahimovic e Thiago Silva ao PSG), viu o número de carnês vendidos para esta temporada diminuirem drásticamente, sem falar na rival Juventus, que passou o mercado inteiro procurando jogadores considerados ‘’top player’’, como Van Persie e Llorente, mas que acabou acordando com o ridículo atacante dinamarquês Nicklas Bendtner, este ex-Arsenal. Recentemente, o presidente da Inter, Massimo Moratti, admitiu que o cenário atual do futebol italiano não permite a contratação de grandes jogadores, por exemplo. ‘’Claro que não temos mais super-equipes, embora tenhamos a esperança de alcançar bons resultados. Infelizmente, não podemos contratar jogadores por 20 milhões de euros. A crise é geral’’, afirmou o magnata do ramo do Petróleo, que controla a Inter desde 1995 e que segundo a imprensa italiana, já gastou aproximadamente um bilhão de euros na equipe.

Promessas de grandes jogadores: Brasileiro Coutinho (Inter) e
os italianos El Shaarawy (Milan), Destro (Roma) e Ogbonna (Torino)
são algumas das esperanças de tempos melhores no ''Calcio''
Devido as grandes dificuldades, os clubes italianos estão buscando medidas que ajudem a melhorar a situação financeira e esportiva das equipes. Recentemente, a  Inter vendeu  aproximadamente 15% de suas ações a um grupo chinês, que prometeu investir e ajudar na construção de um estádio para a equipe. Além disso, os clubes estão investindo mais nas categorias de base, fato este, que vem gerando bons frutos para a seleção italiana, que vê nomes como o atacante Insigne, do Napoli, e o zagueiro Ogbonna, do Torino, se destacarem na seleção principal. Diante dessas medidas, é esperar pra ver se o futebol italiano vai fazer igual a Fênix, e ressurgir das cinzas, para consequentemente, voltar aos tempos de ‘’glória’’ na qual já passou.